sábado, 15 de junho de 2013

Repórter da 'Folha' ferida em manifestação em SP recebe alta



Giuliana Vallone estava internada no Hospital Sírio-Libanês desde quinta.
Durante o protesto, ela foi atingida por uma bala de borracha no olho.

O jornal 'Folha de S.Paulo' diz que teve 7 repórteres atingidos no protesto. Entre eles, Giuliana Vallone e Fábio Braga levaram tiro de bala de borracha no rosto, de acordo com a publicação.  (Foto: Diego Zanchetta/Estadão Conteúdo) 
Entre eles, Giuliana Vallone levou um tiro de bala
de borracha no rosto na útlima quinta (14)
Giuliana Vallone, repórter do jornal “Folha de São Paulo’, escreveu em sua página no Facebook que recebeu alta hospitalar neste sábado (15). Ela estava internada no Hospital Sírio-Libanês deste a noite de quinta-feira (13). A jovem foi ferida no rosto durante a manifestação contra a alta da tarifa do transporte público, no Centro da capital paulista.
O protesto ocorrido na quinta deixou feridos e mais de 200 detidos. No relato, a jornalista afirma que já consegue abrir o olho, apesar do inchaço. Ela relata que sua recuperação “está totalmente fora da cura, para o bem”.
Confira a postagem na íntegra:
Gentes,
Essa coisa de ficar contando coisas por facebook é um pouco esquisita para mim, mas me sinto em dívida com vocês por toda a energia positiva que venho recebendo nos últimos dias.

Então, vamos ao boletim médico 2: estou em casa! Recebi alta hoje e ouvi do médico que minha recuperação está totalmente fora da curva, para o bem. O olho continua muito inchado, mas já está abrindo um pouquinho. Vou melhorando a cada dia. E finalmente consegui dormir.
Quero agradecer de novo por todo o apoio que tenho recebido. Ainda não cheguei nem perto de conseguir responder às manifestações de carinho de todos vocês (enxergar com um olho só é foda. Hahaha), mas uma hora chego lá. Sintam-se todos abraçados. Tamo junto. Beijos
O caso
Na sexta-feira (14), o comandante da Polícia Militar (PM) de São Paulo, Benedito Meira, disse que a bala de borracha que atingiu a repórter não foi disparada na direção da jornalista, e sim para o chão. Desde que teve conhecimento das imagens da jornalista ferida, Meira disse ter solicitado que uma equipe fosse ao local onde o disparo teria sido efetuado. De acordo com o comandante, Giuliana informou inicialmente que o disparo havia sido feito por um PM da Rota, mas a tropa de elite da PM, segundo Meira, estava distribuída nas regiões de Higienópolis, Jardins e Moema no momento da ação, para combater roubos a restaurantes.
Ainda de acordo com o comandante, Giuliana estava em um estacionamento durante o incidente. “Realmente tinha um ônibus da Tropa de Choque naquele local, naquele cruzamento. Os policiais estavam embarcando no ônibus quando alguns manifestantes arremessaram pedras. Houve um disparo de elastômero [bala de borracha] que não foi em direção à jornalista, mas foi em direção ao solo. Esse disparo ricocheteou e essa bala de elastômero atingiu a garota dentro do estacionamento”, detalhou.
Em uma publicação feita na sexta-feira (14) em sua página do Facebook, Giuliana contou que estava em um estacionamento na Rua Augusta quando foi atingida. "Não vi nenhuma manifestação violenta ao meu redor, não me manifestei de nenhuma forma contra os policiais, estava usando a identificação da 'Folha' e nem sequer estava gravando a cena. Vi o policial mirar em mim e no querido colega Leandro Machado e atirar. Tomei um tiro na cara", escreveu.

Mário Luiz (Carioca) com G1

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