Os
funcionários da Caixa na capital paulista, paralisados desde o último
dia 18, haviam rejeitado, na noite desta quarta-feira, a proposta feita
pelo setor patronal. O mesmo ocorreu em Brasília, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Porto Alegre e nos Estados do Pará, Ceará, Bahia e Sergipe.
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT), os trabalhadores de Belo Horizonte decidiram
nesta manhã manter a greve. A confederação ainda não tem conhecimento
dos resultados no Rio de Janeiro e demais locais.
A Caixa Econômica
Federal não alterou a proposta apresentada na terça-feira (25) e avisou
que estenderia até esta quinta-feira o prazo para compensação de horas
paradas. A partir desta sexta-feira, seriam descontados dos
trabalhadores os dias de greve. Em carta enviada à Contraf-CUT, o banco
avisou que estavam "exauridas todas as hipóteses de alteração das
condições negociadas". "A partir desta data e na iminência da assinatura
da convenção coletiva de trabalho, em caso de ausência ao trabalho
consideraria falta não justificada, com todas as implicações daí
decorrentes", diz a carta, de acordo com o Sindicato dos Bancários de
São Paulo, Osasco e Região.
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, afirmou que a proposta
apresentada pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban) abarca em parte
as demandas dos bancos públicos, mas trabalhadores do Banco do Brasil e
da Caixa Econômica Federal têm também reivindicações específicas que são
negociadas com a direção dos bancos.
A Fenaban estabeleceu reajuste de 7,5% para a categoria e de 8,5% para o
piso que consta na Convenção Coletiva, que passou para R$ 1.519. O piso
dos trabalhadores da Caixa, contudo, já era mais alto, de cerca de R$
1.900. "Alguns trabalhadores achavam que os 8,5% deveriam ser aplicados
também no piso da Caixa, e não só no da Convenção Coletiva. Além disso,
há discussões específicas sobre as condições de trabalho", disse
Cordeiro. Na assembleia de hoje em São Paulo, estavam presentes cerca de
1.500 trabalhadores, de acordo com o Sindicato dos Bancários de São
Paulo, Osasco e Região.
Também na noite desta quarta-feira, bancários que trabalham em
instituições privadas e os funcionários do Banco do Brasil aprovaram a
proposta da Fenaban e o consequente fim da greve da categoria em São
Paulo. Trabalhadores dos bancos privados também aceitaram encerrar a
paralisação em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre,
Curitiba, Campo Grande e Estados como Pernambuco, Piauí, Mato Grosso,
Alagoas, Roraima e Rondônia.
Correios
Após 16 dias de greve, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) definiu, por unanimidade, em 6,5% o reajuste para os empregados da Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos (ECT). Se o trabalho não for retomado, a multa fixada é de R$ 20 mil por dia.
O índice concedido pelo Tribunal é superior à proposta dos Correios, que pretendia dar 5,2% de aumento para seus 120 mil empregados - o aumento é retroativo a 1º de agosto.
O TST também declarou que a greve dos empregados dos Correios não é
abusiva, porque foi comunicada com antecedência pelos empregados à
empresa. Também foi determinada a formação de uma comissão com
representantes da empresa e dos empregados para debater a adaptação do
plano de saúde oferecido atualmente às normas da Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS).
Mário Luiz (Carioca) com PB Agora
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