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Condenada
por ter planejado a morte dos pais há 10 anos, em São Paulo, Suzane
von Richtofen tenta por meio de seus advogados a sua liberdade
provisória. Condenada a 39 anos de prisão em 2006 - assim como os
autores do crime, os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos - ela aguarda
pela realização de um novo exame criminológico que permita que possa
voltar à ressocialização. Como o processo corre em segredo de Justiça,
os promotores que acompanham o caso não podem entrar em detalhes. A
defesa informou que não vai se pronunciar.
Na penitenciária de
Tremembé, no interior de São Paulo, Suzane trabalha em uma oficina de
costura. Prestes a completar 29 anos, tem o benefício de a cada três
dias trabalhados descontar um na pena.
"Sei que há um pedido no
Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas não posso entrar em detalhes
por conta do segredo de Justiça. Pelo tempo que ela já cumpriu de
prisão, já seria possível a sua saída. Mas no caso dela depende também
de um exame criminológico, que avalia se ela tem condições de se
ressocializar", diz o promotor Paulo Rogério Bastos, da Vara de
Execuções Criminais de Taubaté.
O benefício é concedido àqueles
cumpriram um sexto da pena e têm bom comportamento. Somente depois da
avaliação do exame é que se pode avaliar se o regime semiaberto pode
ser aplicado. Em outra ocasião, o pedido já foi negado.
"Ela é
campeã de pedidos, mas não obteve êxito, nem no Tribunal de Justiça
aqui de São Paulo, nem no Superior Tribunal de Justiça (STJ)", diz o
promotor Roberto Tardelli, que atuou no júri que a condenou a mais de
39 anos de prisão em julho de 2006.
O crime
Suzane chegou em casa - no bairro do Campo Belo, zona sul da capital
paulista -, por volta da 0h15 do dia 31 de outubro de 2002 acompanhada
pelo namorado Daniel Cravinhos, na época com 21 anos, e pelo irmão dele,
Cristian Cravinhos, então com 26. Segundo a investigação da polícia,
ela subiu até o quarto dos pais e deu sinal verde para que os dois
fossem ao piso superior do sobrado, onde os pais - Manfred e Marisia
Richtofen dormiam.
A materialização do crime foi apresentada
quatro anos depois, durante o julgamento dos reús, em fotos da perícia e
do Instituto Médico Legal, que mostraram corpos desfigurados e o real
tamanho da tragédia. O casal foi espancado com bastões até a morte. A
mãe de Suzane ainda passou por um processo de estrangulamento.
Condenação
Após quase quatro anos do assassinato do casal, Suzane e os irmãos
Cravinhos foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado. A
soma total das penas dos três condenados chega a 115 anos de reclusão.
Nenhum deles pode recorrer da sentença em liberdade.
Suzane foi
condenada a 19 anos e seis meses pela mãe e 19 anos e seis meses pelo
pai - um total de 39 anos de reclusão mais 6 meses de detenção e 10
dias de multa por fraude processual. Daniel, a 19 anos e seis meses
pela morte de Manfred e 19 anos e seis meses pela morte de Marisia -
total de 39 anos de reclusão e seis meses de detenção.
Cristian
Cravinhos foi condenado a 18 anos e seis meses pela morte de Marísia e
18 anos e seis meses pela morte de Manfred - 38 anos de reclusão mais
seis meses de detenção. Os dois irmãos também foram condenados a seis
meses de detenção mais 10 dias de multa por fraude processual.
Os
condenados ouviram a sentença de pé, em frente ao juiz. Cristian
estava ao centro, Daniel à esquerda e Suzane à direita. O policiamento
da sala de julgamento foi reforçado por cerca de 20 policiais militares.
O
julgamento de Suzane e dos irmãos Cravinhos, realizado no Fórum da
Barra Funda, durou cinco dias. No total, foram quase de 56 horas de
julgamento, em julho de 2006.
Mário luiz (Carioca) com Terra