Foto Arquivo pessoal
Catarina
Migliorini, brasileira que fez leilão da virgindade, chegou a sonhar
com uma primeira vez com amor. Porém, não tem receios de dizer que hoje
se trata de um negócio. Em entrevista ao G1, após fechar o 'negócio' de
US$ 780 mil, o equivalente a mais de R$ 1,5 milhão, ela confirma que,
apesar do motivo principal não ser o dinheiro, havia estipulado uma
quantia mínina: "Por menos de US$ 500 mil dólares eu não aceitaria",
conta.
Catarina é natural de Itapema, em Santa Catarina, e
está na Austrália para participar de um projeto que prevê o leilão e a
gravação de um documentário sobre a preparação para o momento.
O
leilão iniciou no dia 15 de setembro, no site australiano 'Virgins
Wanted'. Ele estava previsto para finalizar em 15 de outubro, mas o
prazo foi prorrogado e os lances terminaram às 9h de quarta-feira (24).
Um
japonês foi o autor da oferta mais alta. Sobre ele, apesar de não ter
'medo' e nem ter ficado surpresa, ela ainda sabe muito pouco. "Sei que
tem 53 anos e também tem bastante dinheiro, pois o Justin [produtor]
investigou todos os possíveis vencedores do leilão. Apenas isso", diz.
Além
disso, ela não descarta a possibilidade de não concretizar o negócio.
"Por ora eu não penso em desistência, mas não posso afirmar o que pode
acontecer daqui pra frente", argumenta.
De acordo com a garota, o
ato estava previsto para ocorrer 10 dias depois do encerramento do
leilão, dia 3 de novembro. Porém, ela está com uma viagem marcada para o
Brasil, para participar de um evento no início do mês.
Se
acontecer, a primeira vez de Catarina deve ser durante um voo que
partirá da Austrália ou Indonésia para os Estados Unidos, para evitar
problemas com a legislação de cada país. Entre as regras que devem ser
obedecidas pelo ganhador está o uso de camisinha obrigatório. "Ele
também não pode me beijar, não pode realizar nenhuma fantasia nem
fetiche, nem usar nenhum brinquedo", explica ela. "O ato também não vai
ser filmado", diz.
Confira a entrevista na íntegra:
Você ficou satisfeita com o resultado?
Catarina:
Achei um bom valor, pois eu já havia dito para o Justin [produtor] que
por menos de US$ 500 mil dólares eu não aceitaria, e o valor ultrapassou
ao mínimo desejado.
Catarinense participa de um filme documentário
que registra a preparação para a primeira vez (Foto: Arquivo
Pessoal)Catarinense participa de um documentário que registra
O que achou sobre ser um japonês?
Catarina:
O fato de ser um japonês não muda em nada. Ele é o vencedor e isso não
me surpreendeu, pois ele estava entre os primeiros. Eu fiquei admirada
pelos lances daqueles que permaneceram calados durante quase todo
processo do leilão, e, por fim, todos deram bons lances.
O que já sabe sobre ele?
Catarina:
(Risos) Sei que tem 53 anos e também tem bastante dinheiro, pois o
Justin investigou todos os possíveis vencedores do leilão. Apenas
isso...
O que estava fazendo nos momentos finais do leilão? Sentiu medo?
Catarina:
Eu não senti medo, mas fiquei acompanhando e narrando os momentos
finais do leilão e isso foi emocionante sim, foi bem legal.
Qual vai ser sua rotina nos próximos dias?
Catarina: Eu devo permanecer na Austrália por algum tempo ainda, pois o documentário ainda não terminou.
A primeira vez já tem data? Vai ser mesmo no dia 3 de novembro?
Catarina:
A data do momento ou dia ainda está sendo decidido, pois eu irei para o
Brasil no começo de novembro participar de um evento, mas ainda não
posso comentar a respeito.
A primeira vez vai ser mesmo em um avião, como você já havia dito? Como vai ser?
Catarina:
Parece que em território como Nevada, nos USA [Estados Unidos], não há
regras para isso e o espaço aéreo não é de ninguém. Como será o ato em
si, eu realmente não faço ideia (risos).
O dinheiro do leilão ficará todo com você?
Catarina:
Sim, será depositado direto na minha conta, antes de acontecer a
primeira vez. Quando, não sei, mas provavelmente antes do dia do
encontro, que ainda não está marcado.
Tem alguma chance de você desistir do leilão, mesmo encerrado?
Catarina: Por ora eu não penso em desistência, mas não posso afirmar o que pode acontecer daqui pra frente.
Não foi por dinheiro mesmo sua decisão em participar do leilão?
Catarina:
Não, a princípio o leilão era apenas suposições, sendo que poderia ou
não acontecer ao fim do documentário, mas por fim decidimos fazer o
leilão em meio às gravações por ser essa uma maneira de chamar a atenção
da mídia em relação ao filme que virá posteriormente.
Qual é hoje a reação dos seus pais?
Catarina:
Eu sinto que a mamãe já não está mais tão apreensiva ou nervosa com
tudo isso. Estamos em contato diariamente. O meu pai não fala sobre esse
assunto e só quer que eu curse a faculdade que ele considera
importante. No mais, ele se dá o direito de permanecer calado e eu
respeito muito isso.
Você ficou incomodada com a repercussão?
Catarina:
Eu não achei que isso fosse ter tanta repercussão, afinal, foi bem na
época das cidades brasileiras elegerem seus representantes para prefeito
e vereadores, (assunto que eu considero da maior importância). Mas não,
não fiquei incomodada, nem chateada, pois eu tinha certeza de que 90%
iriam fazer críticas negativas e isso não me abalou. E como diria Oscar
Wilde..."Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de
que estou errado."
Como encarou o fato de ser chamada de garota de programa?
Catarina:
Bem, primeiro que há muito preconceito em torno dessa frase 'garota de
programa'. Como todos sabem, é uma profissão antiga e ao meu ver deveria
ser legalizada e respeitada porque se tratam de pessoas e todo ser
humano merece respeito, independente de qualquer coisa. Além do mais, há
outras modalidades que se enquadram perfeitamente dentro desse contexto
chamado 'prostituição' e que muitos fingem não perceber como ...sexo
sem afeto, sexo em troca de favores profissionais ou informações, sexo
por dinheiro, fotos mostrando as partes íntimas do corpo, casamentos por
interesse econômico, enfim, é tudo prostituição.
Eu não estou
querendo justificar nada, cada um é livre para fazer as suas próprias
escolhas, mas tudo isso são fatos. Para aqueles que me comparam a uma
garota de programa eu devo dizer que isso não me afeta em nada. Na
Grécia Antiga, as prostitutas eram tidas como sagradas, eram
inteligentes, cultas, ricas e bonitas e apenas elas podiam participar
das reuniões com intelectuais e dar opiniões no Senado. Quem tem moral
sobrando deveria leiloar também.
Mário Luiz (Carioca) com G1
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