sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Com máscara de atropelador, grupo faz pedalada pelada em Porto Alegre

Evento marcou os quatro anos do atropelamento coletivo de ciclistas.
Cerca de 30 pessoas fazem alusão à 'fragilidade' do corpo humano.

Grupo faz "Pedalada pelada", em Porto Alegre (Foto: Carolina Marquis/G1) 
Grupo faz "Pedalada pelada" em Porto Alegre (Foto: Carolina Marquis/G1)
Cerca de 30 pessoas se reuniram no final da tarde desta quinta-feira (26) no Largo Zumbi dos Palmares, na Região Central de Porto Alegre. Sobre bicicletas e com poucas roupas, os ciclistas se encontraram para um ato entitulado "Pedalada pelada". Este foi o segundo evento organizado com a intenção de marcar os quatro anos do atropelamento coletivo de ciclistas no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Alguns usaram máscaras com o rosco de Ricardo Neis, o motorista que atropelou ciclistas na ocasião lembrada pelo grupo.
A chuva atrapalhou os planos das cerca de 1,4 mil pessoas que haviam confirmado a participação no evento no Facebook, onde o ato tomou forma. Por volta das 19h30, no momento em que a chuva começou a cair com menos intensidade, mais pessoas se juntaram ao grupo inicial. Depois de reunido, as pessoas colocaram as máscaras para lembrar o atropelamento.
Conforme o músico José Francisco Baronio, de 30 anos, o conceito do evento é exibir a vulnerabilidade do ser humano. "A ideia é mostrar a fragilidade do corpo humano. Mostrar o quão frágil é o ciclista no trânsito", explicou Baronio.
grupo usa máscara com rosto de Ricardo Neis (Foto: Carolina Marquis/G1) 
Grupo usa máscara com rosto de Ricardo Neis
(Foto: Carolina Marquis/G1)
Grupo faz "Pedalada pelada", em Porto Alegre (Foto: Carolina Marquis/G1) 
Grupo faz "Pedalada pelada" em Porto Alegre
(Foto: Carolina Marquis/G1)
Para a professora Fernanda Rozados, de 37 anos, a Pedalada Pelada traz, em si, múltiplos significados. "Acho que as pessoas deveriam refletir sobre o que choca elas. Hoje o que choca são as pessoas tirarem a roupa, não a impunidade com os acidentes, o descaso da prefeitura, a fragilidade do ciclista. Os valores estão invertidos", conclui.
O artista visual Rubens Bertolins participou de dois eventos anteriores com o mesmo intuito. Rubens se autodenomina um "peladista": "Eu sou peladista e considero anacrônica qualquer lei ou pressão oficial contra a nudez no espaço público. A nudez é natural e deveria fazer parte do cotidiano das pessoas. Esses tabus precisam que ser quebrados", considera.
Na quarta-feira (25), houve o primeiro ato para marcar os quatro anos e pedir por uma resolução no processo que julga o atropelamento do grupo, quatro anos atrás. Na sexta-feira (27), haverá mais um evento organizado pela Massa Crítica para marcar a data.

Mário Luiz (Carioca) com G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...