Operários assistiram à perfuradora Sissi unindo seções do túnel.
Obra sob os Alpes vai ligar Zurique e Milão e deve ficar pronta em 2017.
Uma gigantesca perfuradora derrubou nesta sexta-feira (15) a última parede rochosa que separava as duas seções do túnel mais longo do mundo, destinado ao transporte ferroviário e com 57 km de extensão e a 2.000 metros abaixo da terra, nos Alpes Suíços.
"Aqui, no coração dos Alpes suíços, se tornou realidade um dos maiores projetos de meio ambiente", declarou o ministro dos Transportes, Moritz Leuenberger.
As obras, iniciadas há 15 anos e que retiraram 13,5 milhões de metros cúbicos de rocha para abrir o túnel de Gothard, mobilizaram 2.500 pessoas e provocaram oito mortes em acidentes.
Mineiros observam a perfuradora Sissi romper a rocha no fim do trecho Faido-Sedrun, no local da construção do túnel. (Foto: AP)
Operários aproveitaram para fotografar o momento. (Foto: AP)
Os trens de passageiros vão circular a uma velocidade de 250 km/h, e as composições de carga atingirão 160 km/h, o dobro da velocidade atual.
O túnel de Gothard, cujo custo já ultrapassou os 7,5 bilhões de euros, desbancará o túnel de Seikan (53,8 km), que une as ilhas japonesas de Honshu e Hokkaido, como o mais longo do mundo.
"É um projeto notável", destacou o comissário europeu de Transportes, Siim Kallas.
Situada no coração do continente europeu, mas sem integrar a União Europeia, a Suíça adotou em 1994, por referendo, a chamada "iniciativa dos Alpes", que prioriza o transporte ferroviário de mercadorias sobre o transporte por rodovias.
Desde então, França, Áustria e Itália realizaram avanços para fomentar o transporte ferroviário com a modernização do túnel de Fréjus (entre França e Itália) e a construção do túnel de Brenner (entre Itália e Áustria).
A partir de 2017, mais de 300 trens poderão circular pelo túnel de Gothard, um volume muito superior ao registrado pelo atual túnel, construído há 128 anos e com apenas 15 km.
Da Redação com G1
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