Na
manhã desta quarta-feira, 07, agentes, escrivães e papiloscopistas vão
se reunir em frente às superintendências regionais e delegacias da
Polícia Federal para um grande protesto, com faixas, cartazes e
elefantes brancos infláveis e, com vendas nos olhos e mordaças, para
alertar a população sobre a crise que o órgão enfrenta atualmente.
Sete
de Maio é o dia do oftalmologista, especialista em problemas na visão. E
nesta data, centenas de agentes federais em todo o país vão protestar
com vendas nos olhos contra a gestão míope da segurança pública
brasileira.
O
que fizeram com a Polícia Federal nos últimos anos: fronteiras
desamparadas, aeroportos vulneráveis, burocracia que leva à impunidade,
interferências políticas nas investigações, queda de produtividade,
insatisfação dos servidores, índices alarmantes de doenças e suicídios e
a queda absurda do combate ao crime organizado.
Sete
de Maio é dia de parar e enxergar o aumento da violência e da
criminalidade em todo País. Não bastasse a necessidade de democratização
das polícias brasileiras, o Ministro da Justiça do Governo Dilma, José
Eduardo Cardozo, insiste em militarizar a Segurança Pública, ignora as
recomendações da ONU e considera solução apontar tanques e fuzis para a
população.
Compete
ao Ministério da Justiça iniciar a modernização das polícias
brasileiras, e realizar o sonho de todos os policiais federais, civis e
militares do país. Porém, Cardozo inventou um recrutamento de policiais
chamado de Força Nacional. Um regimento que parece um cobertor curto,
que para cobrir o peito descobre os pés, e não melhora as polícias, pois
apenas retira policiais de um estado para trabalhar em outro.
A
gestão política das polícias brasileiras interfere em situações que
podem ser prejudiciais ao governante. E quando os representantes
trabalhistas dos policiais resolvem protestar, o antigo modelo de
polícia se torna muito útil, e o aparato repressivo criado durante a
ditadura militar é direcionado para os sindicalistas que denunciam as
ilegalidades do sistema e são perseguidos.
Nesse
contexto, lembramos que Sete de Maio também é o dia do silêncio. E
neste dia os agentes federais vão protestar contra o silêncio da
repressão com mordaças, pois nosso modelo policial, herdado do Código
Fascista italiano, foi projetado para perseguir e torturar criminosos
políticos, sendo extremamente ineficiente e burocrático.
Para
os policiais federais, a péssima gestão da Segurança Pública arrasta a
instituição para a ruína e conflitos internos. E se a Polícia Federal
está em crise, o crime organizado comemora, e o cidadão comum se torna
um alvo fácil nas garras de criminosos.
Não
propomos trem da alegria ou alteração da essência dos cargos. Queremos
que a Constituição Federal seja cumprida, que o castigo do congelamento
salarial dos últimos anos seja cessado, e que nossas atuais atribuições,
já exercidas, sejam reconhecidas em Lei.
Queremos
que os gestores e chefes sejam escolhidos por critérios de eficiência e
experiência, para que não se desperdice o caríssimo imposto pago
pelo cidadão. E, finalmente, não toleramos mais as interferências
políticas no trabalho policial, que deve atender somente ao interesse
comum da Sociedade, na busca por justiça.
Não desistiremos do que consideramos justo. Pois, país rico é país sem corrupção.
Mário Luiz (Carioca) com Click PB
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