Protesto por morte de morador do bairro São José interdita a avenida Ruy Carneiro

Moradores acusaram a Polícia Civil pela morte de vizinho. Secretaria de Segurança e Defesa Social negou o fato.

Avenida Ruy Carneiro ficou interrompida nos dois sentidos (Crédito: Reprodução / WhatsApp)

Um grupo de moradores do bairro São José promoveu protesto, na tarde desta quarta-feira (14), na avenida Ruy Carneiro, uma das principais vias de João Pessoa. A manifestação foi motivada pela morte de Ritche Ribeiro de Sousa, 30 anos, que morava na comunidade. O tráfego de veículos foi liberado por volta das 16h30.
O protesto durou aproximadamente uma hora. Os moradores queimaram pneus e madeiras, interrompendo o trânsito nos dois sentidos, Centro/Praia e Praia/Centro.
Os moradores alegaram que Ritche Ribeiro de Sousa, que residia no bairro São José, teria sido espancado por membros da Polícia Civil que entraram em sua residência em busca de drogas. Ele chegou a ser socorrido para o Ortotrauma de Mangabeira, mas não resistiu e veio a óbito.

Moradores queimaram pneus para impedir o trânsito na avenida Ruy Carneiro (Crédito: Reprodução / WhatsApp)

Em Nota encaminhada à imprensa, a Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds) confirma que Ritche Ribeiro Sousa foi preso em flagrante pela Polícia Civil da Paraíba, por meio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Capital, na última sexta-feira (9). Ele estava de posse de meio quilo de crack, em porções de 50 gramas, prontas para a venda. Todo o procedimento policial teria sido assistido pela família de Ritche, que é condenado por assalto e estava sob liberdade condicional.
Ainda de acordo com a Nota, após a prisão, Ritche Ribeiro teria passado mal durante o deslocamento da sua casa para a delegacia e foi encaminhado para o Ortotrauma. “Segundo informações prestadas pela equipe médica de plantão, que realizou os primeiros atendimentos, o paciente não apresentava sinais de violência, mas sim sintomas de uso de entorpecentes, infecção renal e sofreu uma lavagem estomacal. No mesmo dia, a família e o advogado foram comunicados do fato pela Delegacia e receberam os documentos ao flagrante. Desde então o preso permaneceu no hospital até falecer na manhã desta quarta-feira (14)”, diz trecho do documento encaminhado pela Seds.
Durante todo a realização do protesto, a Polícia Militar e agentes de trânsito da Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) estiveram na Ruy Carneiro tentando negociar a liberação do tráfego.
Confira abaixo a Nota encaminhada pela Seds:
NOTA - PROTESTO BAIRRO SÃO JOSÉ
A respeito de protesto realizado nesta quarta-feira (14) na Avenida Rui Carneiro, em João Pessoa, e de denúncias sobre a prisão ilegal e violência praticadas pela Polícia Civil da Paraíba e que teriam gerado a morte de Ritche Ribeiro de Sousa, 30 anos, no bairro São José, a Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social esclarece que:

Ritche Ribeiro de Sousa morreu na manhã desta quarta-feira (Crédito: Reprodução / Instagram Cabuloso)

A prisão de Ritche Ribeiro Sousa, 30, foi realizada pela Polícia Civil da Paraíba, por meio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Capital, no dia 9 de maio deste ano. O flagrante aconteceu de acordo com a lei, visto que com o preso foi encontrado meio quilo de crack, em porções de 50g, prontas para a venda, e todo o procedimento da Polícia foi assistido pela família de Ritche, que é condenado por assalto (Processo nº 4369391820068152002) e estava sob liberdade condicional.
• Ainda de acordo com a DRE, o preso passou mal durante o deslocamento da casa onde morava para a delegacia e imediatamente foi encaminhado para Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio Butity (Ortotrauma de Mangabeira). Segundo informações prestadas pela equipe médica de plantão, que realizou os primeiros atendimentos, o paciente não apresentava sinais de violência, mas sim sintomas de uso de entorpecentes, infecção renal e sofreu uma lavagem estomacal. No mesmo dia, a família e o advogado foram comunicados do fato pela Delegacia e receberam os documentos ao flagrante. Desde então o preso permaneceu no hospital até falecer na manhã desta quarta-feira (14).
• Duas outras pessoas, presas na mesma operação em que Ritche foi pego com a droga pela Polícia, foram submetidas a exame de corpo de delito no IPC, que comprovou a ausência de violência. O Instituto também irá realizar exame no corpo de Ritche, cujo resultado será divulgado.
• Em 2014, a DRE já realizou a apreensão de mais de 380 quilos de drogas na região metropolitana de João Pessoa, entre maconha, crack e cocaína. A ação tem descapitalizado traficantes, que se organizam para frear o trabalho realizado pela Polícia Judiciária. Contudo, as investigações, prisões e apreensões policiais não deixarão acontecer nos bairros da Capital, inclusive no bairro São José, onde houve o protesto.

Mário Luiz (Carioca) com WSCOM