Fogo atingiu área na Rua Cristóvão Pereira com Avenida Roberto Marinho.
Bombeiros atenderam feridos com queimaduras e intoxicação por fumaça.
Favela fica na Rua Cristóvão Pereira com Avenida Jornalista Roberto Marinho (Foto: Reprodução/TV Globo)
O incêndio que atingiu a favela Sônia Ribeiro, na região do Campo Belo,
na Zona Sul de São Paulo, na tarde desta segunda-feira (3), deixou mais
de 1,1 mil desabrigados, de acordo com estimativa do coronel Jair Paca
de Lima, coordenador da Defesa Civil do município. Cerca de 285
edificações em uma área em torno de 4,5 mil metros quadrados foram
consumidas pelas chamas.Por volta das 17h30, o fogo já estava controlado, segundo os bombeiros, e era feito o combate a focos isolados e o trabalho de rescaldo. O coronel afirmou que 595 famílias que vivem na favela, que tem uma área total de 12 mil metros quadrados, já tinham sido cadastradas pela Prefeitura.
O fogo consumiu as moradias erguidas no terreno que fica na Rua Cristóvão Pereira com a Avenida Jornalista Roberto Marinho. Pelo menos três pessoas ficaram feridas. De acordo com os bombeiros, um dos feridos teve queimaduras de primeiro grau e outro teve intoxicação por fumaça. Ambos foram levados a hospitais na região. Um homem teve ferimentos em um dos pés ao cair para tentar retirar pertences de uma casa.
O subprefeito de Santo Amaro, coronel Roberto Costa, disse que moradores relataram que o fogo se espalhou a partir de um ponto onde moradores depositam o lixo. "Segundo os zeladores comunitários, o fogo começou em uma espécie de lixão que existe dentro da comunidade. Ele foi se alastrando, mas os moradores se mobilizaram rapidamente para sair", disse.
A comunidade fica nas imediações da Avenida Washington Luís, perto do Aeroporto de Congonhas. O funcionamento do aeroporto, porém, não foi alterado, segundo a Infraero. O vento levava a fumaça em direção contrária a das pistas de Congonhas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, neste ano já foram registrados 32 incêndios em favelas na cidade de São Paulo. Em todo o ano de 2011 foram 79 ocorrências, segundo dados da corporação.
O tenente Marcos Palumbo, dos bombeiros, disse em entrevista à Globo News que a massa de ar seco que atuava sobre a cidade provoca o ressecamento dos materiais, como a madeira da qual os barracos são feitos, o que facilita a propagação das chamas. “É uma grande dificuldade porque a gente não consegue acessar o centro da favela. É uma situação complicada.”
Interdições
Por volta das 17h, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Avenida Jornalista Roberto Marinho seguia interditada no sentido Marginal Pinheiros para o trabalho dos bombeiros. As ruas Xavier Gouveia e Rua Cristóvão Pereira também foram bloqueadas para o tráfego, assim como o acesso da Avenida Washington Luís para a Avenida Jornalista Roberto Marinho. O trânsito foi liberado meia hora depois.
Como alternativa, a CET orientava que os veículos que seguiam sentido Marginal Pinheiros utilizassem o Viaduto Deputado Luiz Eduardo de Magalhães, a Avenida Washington Luís, a Rua Laplace e a Rua Vicente Leporace. Para quem vinha da região do Jabaquara, a opção era o retorno sob o Viaduto Deputado Luiz Eduardo de Magalhães para acesso às ruas Joaquim Nabuco e Vicente Leporace.
(Para mais informações sobre o trânsito em São Paulo, você pode acompanhar no G1 a página do Radar São Paulo, com câmeras ao vivo e tabela com condições das principais vias.)
Bombeiros trabalham para apagar fogo em favela (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Projeto habitacionalA favela que foi afetada pelo incêndio está na lista de áreas que devem passar por um processo de desapropriações planejado para ocorrer em todo o eixo da Avenida Jornalista Roberto Marinho.
Nos arquivos da Secretaria Municipal de Habitação, a comunidade afetada é conhecida como Favela Sônia Ribeiro, embora os moradores a tenham apelidado de Favela do Piolho. De acordo com o projeto da Prefeitura, no lugar dos barracos queimados estava planejado a realização de tratamento urbanístico e implantação de parques e áreas de lazer.
Moradores ajudavam as 30 equipes dos bombeiros nos trabalhos de combate ao fogo: eles tentavam destruir paredes de barracos para evitar que as chamas se alastrassem para as demais moradias. Em alguns pontos, tentavam jogar água com mangueiras em alguns pontos da favela.
Nas ruas do entorno, móveis e eletrodomésticos de casas que não haviam sido destruídas pelo incêndio eram deixados na calçada.
A doméstica Sebastiana Helena Ferreira, de 52 anos, cuidava dos objetos que foram retirados da casa da filha. Ela vive em um barraco do outro lado da Avenida Jornalista Roberto Marinho e diz que é a terceira vez que a família enfrenta situação semelhante. “Da primeira vez, eu perdi tudo. Na outra, graças a Deus não aconteceu nada. Só que, desta vez, eu não sei”, disse, com os olhos marejados.
Por volta das 16h, a casa da filha ainda não havia sido atingida pelas chamas e os parentes e amigos corriam por uma viela para tentar salvar móveis e eletrodomésticos. Sebastiana acreditava que o barraco do irmão dela, na mesma comunidade, já havia sido totalmente destruído.
Sebastiana
cuida dos objetos retirados da casa da filha: é a terceira vez que o
fogo afeta moradia da família (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Bombeiros usam hidrante em rua vizinha ao incêndio (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Terreno vizinho à favela é usado por equipes que combatem o fogo(Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Mário Luiz (Carioca) com G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário