O crítico Roberto Penteado chama de “ filhos de Lobato” os leitores que
conheceram o universo fantástico do Sítio do Picapau Amarelo nos livros.
Os telespectadores que acompanharam as aventuras de Pedrinho, Narizinho
e Emília na televisão, nos anos 70 e 80, podem ser considerados “netos
de Lobato”, sua segunda geração de leitores. Neste sentido, o professor e
paraibano Simão Farias Almeida é neto e pesquisador de Lobato. Ele
lançará na próxima quinta-feira (28/04) o livro Monteiro Lobato e a
problemática da nação: um projeto dialógico e negociado, na Fundação
Casa de José Américo (na orla do Cabo Branco – 3336).
Com isso, a Fundação Casa de José Américo aproveita a oportunidade para promover o evento e, ao mesmo tempo, comemorar o Dia Nacional do Livro Infantil, que aconteceu no último dia 18, coincidindo com o aniversário de Monteiro Lobato. A obra trata da novela de aventuras A Chave do Tamanho, publicada em plena Segunda Guerra Mundial e será apresentada, na ocasião, pela professora da UFPB, especialista em literatura infantil, Neide Medeiros Santos.
O livro é fruto da dissertação de mestrado de Simão, concluída na Universidade Federal da Paraíba. Uma boa pedida para professores, bibliotecários, amantes da literatura, filhos e netos de Lobato. Na obra de 1942, os personagens do Sítio ficam divididos em torno de um projeto para um mundo sem guerras. Emília tenta acabar com o conflito armado abaixando a chave da guerra, porém ela escolhe a chave errada, reduzindo o tamanho da humanidade em 40 vezes, provocando novos problemas como a dependência de pequenos insetos, para se locomover e não morrer de fome, mas também a falta de perspectiva de vida diante do ataque destes mesmos insetos. Os personagens então votam num plebiscito pela permanência da situação tão trágica quanto a guerra ou pela volta do tamanho da humanidade.
“Trata-se de uma alegoria literária tão fantástica quanto trágica e realista, uma alegoria da nação brasileira durante o Estado Novo de Getúlio Vargas. Emília e Dona Benta aparentam ser democráticas para não se revelarem implicantes e autoritárias na disputa dos votos de outros personagens no plebiscito. Visconde,como o intelectual do grupo, muda de opinião para não ser pau-mandado de Emília, representando o livre exercício do pensamento”, afirma Simão Farias. Ele chama atenção para a mudança sofrida pela personagem boneca na obra. “Ela já foi panfletária do progresso, mas em A Chave do Tamanho defende as aventuras sem pensar na tragédia do fim do tamanho, que está muito distante do progresso. Na verdade, ela quer defender uma ordem mundial que ela criou. Neste ponto, ela continua vaidosa e geniosa”.
PERFIL DO AUTOR – Natural de João Pessoa e apaixonado pelas suas duas áreas de formação, Letras e Comunicação Social, Simão é professor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Roraima (UFRR), mestre em "Literatura Brasileira" e aluno do doutorado em "Literatura e Cultura" pela Universidade Federal da Paraíba. Iniciou a trajetória de escritor em 2009, com o livro “De literatura e cinema” contendo contos, poemas e roteiros de cinema. A seguir publicou “Tramas de sujeitos e identidades” (2010), com artigos críticos sobre narrativas jornalístico-literária, televisiva e cinematográfica, além de contos com roteiros adaptados para o cinema.
Com isso, a Fundação Casa de José Américo aproveita a oportunidade para promover o evento e, ao mesmo tempo, comemorar o Dia Nacional do Livro Infantil, que aconteceu no último dia 18, coincidindo com o aniversário de Monteiro Lobato. A obra trata da novela de aventuras A Chave do Tamanho, publicada em plena Segunda Guerra Mundial e será apresentada, na ocasião, pela professora da UFPB, especialista em literatura infantil, Neide Medeiros Santos.
O livro é fruto da dissertação de mestrado de Simão, concluída na Universidade Federal da Paraíba. Uma boa pedida para professores, bibliotecários, amantes da literatura, filhos e netos de Lobato. Na obra de 1942, os personagens do Sítio ficam divididos em torno de um projeto para um mundo sem guerras. Emília tenta acabar com o conflito armado abaixando a chave da guerra, porém ela escolhe a chave errada, reduzindo o tamanho da humanidade em 40 vezes, provocando novos problemas como a dependência de pequenos insetos, para se locomover e não morrer de fome, mas também a falta de perspectiva de vida diante do ataque destes mesmos insetos. Os personagens então votam num plebiscito pela permanência da situação tão trágica quanto a guerra ou pela volta do tamanho da humanidade.
“Trata-se de uma alegoria literária tão fantástica quanto trágica e realista, uma alegoria da nação brasileira durante o Estado Novo de Getúlio Vargas. Emília e Dona Benta aparentam ser democráticas para não se revelarem implicantes e autoritárias na disputa dos votos de outros personagens no plebiscito. Visconde,como o intelectual do grupo, muda de opinião para não ser pau-mandado de Emília, representando o livre exercício do pensamento”, afirma Simão Farias. Ele chama atenção para a mudança sofrida pela personagem boneca na obra. “Ela já foi panfletária do progresso, mas em A Chave do Tamanho defende as aventuras sem pensar na tragédia do fim do tamanho, que está muito distante do progresso. Na verdade, ela quer defender uma ordem mundial que ela criou. Neste ponto, ela continua vaidosa e geniosa”.
PERFIL DO AUTOR – Natural de João Pessoa e apaixonado pelas suas duas áreas de formação, Letras e Comunicação Social, Simão é professor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Roraima (UFRR), mestre em "Literatura Brasileira" e aluno do doutorado em "Literatura e Cultura" pela Universidade Federal da Paraíba. Iniciou a trajetória de escritor em 2009, com o livro “De literatura e cinema” contendo contos, poemas e roteiros de cinema. A seguir publicou “Tramas de sujeitos e identidades” (2010), com artigos críticos sobre narrativas jornalístico-literária, televisiva e cinematográfica, além de contos com roteiros adaptados para o cinema.
Da Redação com Click PB
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