O
pedreiro Ronildo Moreira de Araújo, 29 anos, que filmou o tatuador
Maycon Reis marcando a testa de um adolescente de 17 anos com a tatuagem
"eu sou ladrão e vacilão" já cumpriu pena de 5 anos e 4 meses por
roubo, em regime semi-aberto.
Segundo
a Polícia Civil, a ideia de tatuar o rosto do menino teria se originado
pela indignação dos dois por terem flagrado o adolescente tentando
furtar uma bicicleta, em São Bernardo do Campo, na sexta-feira (9).
O
crime foi cometido por Ronildo no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo e
condenação promulgada em 22 de novembro de 2008. Naquela ocasião ele e o
comparsa Wagner Jesus do Nascimento foram presos em flagrante após
roubarem a bolsa de uma mulher "mediante grave ameaça", levando os
cartões bancários, o telefone celular e objetos pessoas de uma mulher.
O rapaz de 17 anos negou ao G1 que
tenha tentado furtar a bicicleta de um deficiente físico, como alegaram
Ronildo e Maycon. "Eu estava bêbado, esbarrei na bicicleta e ela caiu",
afirmou.
Na tarde de sábado (10), a juíza Inês Del Cid, da Vara Criminal de São Bernardo do Campo, decretou a prisão preventiva dos dois.
O
adolescente tem duas passagens por ato infracional, a primeira em 2012,
quando teria entrado em um supermercado para furtar comida. A segunda,
em 2017, ele teria entrado em um estabelecimento comercial. Sobre este
ato infracional, ele deveria comparecer a uma audiência da Vara da
Infância e da Juventude, mas o procedimento jurídico foi adiado por
conta do caso.
A
tortura teria ocorrido na pensão onde os dois homens alugaram um
quarto. Eles foram indiciados pelo crime e alegaram, à polícia civil,
que queriam dar uma "punição" ao menino sob a alegação de que ele tentou
furtar a bicicleta de um deficiente físico.
De
acordo com o boletim de ocorrência, Maycon confirmou à polícia ser "o
tatuador que aparece nas imagens que circulam nas redes digitais".
Ronildo afirmou "ser o responsável pela gravação das imagens".
O ambulante Ademilson de Oliveira, de 31 anos, dono da bicicleta que seria pivô da agressão ao adolescente
que teve a testa tatuada em uma pensão em São Bernardo do Campo,
condenou a atitude do tatuador e seu comparsa. "Não consegui dormir
pensando nisso. fui dormir com medo, meu coração apertado, chorei nessa
noite", afirmou Oliveira, que é deficiente físico e vive de vendas e do
dinheiro que pede no semáforo.
Calor da emoção
A mãe do tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, de 27 anos, disse em entrevista ao G1 que o filho está arrependido por ter tatuado a testa de um adolescente
de 17 anos com a frase "Sou ladrão e vacilão". "Ele é um bom menino.
Ele simplesmente, em uma atitude de nervosismo, agiu de maneira errada.
Agiu por impulso, no calor da emoção."
Da Redação com G1
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