Moeda dos EUA avançou 1,4%, negociada a R$ 3,3308 na venda, maior cotação de fechamento desde 18 de maio, dia seguinte à divulgação das delações da JBS.
O dólar opera fechou em alta de mais de 1% nesta terça-feira (20),
encostando em R$ 3,35, após a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do
Senado rejeitar o texto principal da reforma trabalhista, sinalizando
sinalizando que o governo do presidente Michel Temer pode estar com
menos força política dentro do Congresso Nacional.
Com a derrota do governo, cresceu o temor entre investidores de que a
reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas
públicas do país em ordem, pode não ser aprovada, destaca a Reuters.
A moeda norte-americana avançou 1,4%, a R$ 3,3308 na venda. Na máxima da sessão, bateu R$ 3,3426, segundo a Reuters. Veja a cotação do dólar hoje
Trata-se da maior cotação de fechamento desde 18 de maio, quando saltou
mais de 8% e foi a R$ 3,389, dia seguinte à divulgação das delações dos
executivos do grupo J&F e que afetaram Temer.
Derrota do governo
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitou, por 10 votos a 9, o relatório da reforma trabalhista elaborado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que era favorável ao texto aprovado pela Câmara.
O resultado representa uma derrota para o governo Michel Temer, que vê
na reforma trabalhista uma das principais medidas para a área econômica.
Apesar de o texto do governo ter sido rejeitado na Comissão de Assuntos
Sociais, a reforma trabalhista ainda vai passar pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) e, por fim, pelo plenário do Senado.
"O sinal é muito ruim... de perda de força de Temer", afirmou o
economista da gestora Infinity, Jason Vieira, em comentário, informa a
Reuters.
Longe de Brasília, em viagem oficial à Rússia, Temer procurou minimizar
a derrota sofrida e garantiu que a reforma será aprovada pelo plenário
do Senado. "Não é surpresa negativa não, isso é assim mesmo, tem várias
fases, varias etapas, e nas etapas você ganha uma, ganha outra, perde
outra, o que importa é o plenário", disse o presidente a jornalistas em
Moscou.
A crise política que acertou em cheio o governo após delações de
executivos do grupo J&F soou o alarme entre os investidores sobre o
rumo das reformas, em especial da Previdência, no Congresso. Por isso, a
cautela tem sido a tônica dos mercados financeiros nas últimas semanas.
Os investidores trabalharam ainda atentos aos rumos das investigações
envolvendo Temer no Supremo Tribunal Federal (STF). Também aguardaram o
julgamento do pedido de prisão contra o senador afastado Aécio Neves
(PSDB-MG), formulado pela Procuradoria-Geral da República, também no
STF.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil
swaps cambiais tradicionais - equivalente à venda futura de dólares -
para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou US$ 4,1
bilhões do total de US$ 6,939 bilhões que vence no mês que vem.
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