Um relatório contendo cerca de 400 páginas foi enviado na tarde de ontem
à Justiça pela Polícia Civil da Paraíba. O documento faz parte da 4ª
fase da Operação Gabarito e detalha a atuação de uma organização
criminosa que fraudou concursos públicos na Paraíba, Pernambuco, Rio
Grande do Norte, Alagoas e outros estados de outras regiões do país.
No relatório, a Polícia Civil, através da Delegacia de Defraudações e
Falsificações, solicitou a decretação de prisão preventiva para membros
da quadrilha que ainda estão em liberdade, o bloqueio de contas
bancárias, quebra de sigilo, qualificação de cada membro do grupo, fotos
de veículos usados por eles, cerca de seis mil arquivos apreendidos e
os equipamentos eletrônicos, entre outros.
Segundo o delegado Lucas Sá, que assina o documento com os delegados
Marcos Paulo e Vanderleia Gadi, o relatório faz parte do resultado das
investigações iniciadas há cerca de quatro meses e que contém provas
importantes. Lucas Sá informou que há arquivos com provas dos
candidatos, organogramas, planilhas dos concursos em que a quadrilha
atuava e também de concursos que ainda seriam realizados em 2017,
inclusive marcados para o mês de julho.
O delegado revelou ainda que a organização criminosa atuava em
diferentes grupos (núcleos), por toda a região Nordeste e em outros
estados do Brasil, com hierarquia definida, aparato tecnológico
sofisticado (pontos eletrônicos, chips e outros aparelhos para o envio
das respostas), estrutura hierárquica bem definida e até mesmo proteção
policial para a execução das condutas criminosas. No relatório, os
“protetores” da quadrilha são relacionados.
A primeira fase da Operação Gabarito foi deflagrada no dia 7 de maio,
data da realização do concurso para cargos administrativos do Ministério
Público do Rio Grande do Norte. Na ocasião, foram presas 19 pessoas,
sendo nove no condomínio de luxo Cabo Branco Privê, em João Pessoa, uma
em Mangabeira e nove em locais de prova do concurso, em Natal
(RN).Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que a
organização criminosa já conseguiu desviar um considerável montante com
as condutas praticadas. Em média, era cobrado o valor correspondente a
dez vezes o salário inicial do cargo pleiteado, de maneira que cada
candidato interessado repassava a quantia de R$ 30 mil a R$ 150 mil para
a organização criminosa.
Lucas Sá revelou que já foram identificados 73 concursos fraudados pela
organização criminosa, beneficiando até agora cerca de 700 pessoas, no
entanto, o delegado acredita que esse número pode ultrapassar mil
candidatos com as fraudes.
Da Redação com PB Agora
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