Estamos vivendo hoje em dia uma revolução extraordinária na comunicação e não temos ainda a dimensão do que ela é. Todos sentimos que está mudando rapidamente, que atores que falavam sozinhos não falam mais sozinhos. Atores que não falavam começam a falar. As coisas estão em ebulição. Estamos no meio de um caldeirão e ninguém sabe exatamente para onde vamos. É essa reflexão que eu queria fazer. Sem pretensão de dizer para onde vai exatamente, mas colocar algumas questões que julgo extremamente importantes.
Não acredito que a imprensa vai acabar. Cada vez que entrou um meio novo, uma mídia nova no mundo da comunicação ela provocou grandes mudanças. Quando chegou o rádio, muita gente achava que os jornais iam acabar. Porque era mais barato, de graça, chegava diretamente e mais rápido. No, entanto não acabou. Quando chegou a televisão muita gente achou que o radio e o jornal acabariam. A televisão, além de tudo, veicula imagem, é mais completa. Quando chegou a internet mais ou menos o mesmo fenômeno se repete, ou seja, muita gente diz o seguinte: jornais, rádios e televisão estão à caminho do cemitério.
Eu não compartilho dessa visão. A experiência mostra que, toda vez que chegou um meio novo, uma nova mídia, ao invés de liquidar o meio que havia antes, ela ampliou o mundo da comunicação e forçou uma reacomodação. Quando o rádio chegou, os jornais não deixaram de existir. O rádio atraiu pessoas que não estavam antes no mundo da comunicação. E muitos dos que começaram a ouvir rádio logo estavam lendo jornal. A televisão tampouco liquidou com quem ouvia rádio e lia jornal. Ela ampliou o mundo da comunicação. Um jornalista americano, não me lembro o nome, diz o seguinte: é como se fosse uma selva e chega uma fera nova. Ela não acaba com as outras, mas força uma nova reacomodação. Aquele ambiente que está ali vai ter que absorver uma coisa nova, e há uma nova reacomodação.
A experiência nos mostra isso, que as novas mídias jogam um papel de ampliação, de democratização, porque atraem mais gente para o mundo da comunicação, para o mundo da informação, para o mundo do entretenimento, para o mundo dos serviços. Elas socializam mais, fazem as pessoas terem uma participação maior na cidadania. A entrada de novos meios é um elemento progressista, porque amplia, democratiza. Foi assim com o rádio, foi assim com a televisão e está sendo assim de uma forma espetacular com a internet. O novo meio não é o exterminador que vem para acabar com os outros. Ele é um estimulador, que chega para lançar novos desafios para todo mundo e para ampliar o mundo da comunicação. Por isso, no geral, a chegada de novos meios é um elemento progressista para a sociedade. Aprofunda a democracia, a entrega da informação e ela faz com que as pessoas possam se informar melhor, decidir melhor, controlar melhor seus destinos.
Tendo dito isso, estamos vivendo uma revolução sem precedentes na indústria da comunicação porque a internet não é um meio como todos os outros. Ela altera as bases sobre as quais estão organizados os sistemas de comunicação. Vou destacar três aspectos que eu julgo mais relevantes dentro desse processo e depois faço as considerações finais.
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