terça-feira, 12 de abril de 2011

'Não me mate' foram as palavras do presidente da Costa do Marfim ao ser preso

Manifestações a favor do ex-líder deixam 7 policiais feridos em Paris


11.04.2011/AFP
Ex-presidente Laurent Gbagbo aparece junto da esposa Simone em um hotel no centro de Abidjã, para onde foram levados após serem presos por forças leais ao candidato vencedor das eleições, Alassane Outtara
 
“Não me mate!” Estas foram as primeiras palavras pronunciadas, segundo uma testemunha, pelo ex-presidente marfinense Laurent Gbagbo quando seus captores entraram nesta segunda-feira (11) à noite em sua residência em Abidjã.
“Havia minas por todas as partes no pátio” da imponente propriedade, disse à agência de notícias France Presse um membro das milícias leais ao presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.
Há uma semana e diante da ofensiva das forças de Outtara, apoiadas por ataques aéreos da ONU e da França, Gbagbo havia se entrincheirado em sua residência na capital econômica do país.
Segundo um combatente não identificado pela France Presse, homens que participavam da ofensiva ficaram feridos pelos explosivos armados na residência do ex-presidente.


Ele afirmou que a prisão só foi possível após tropas leais à Outtara lançarem bombas de gás lacrimogêneo no cômodo onde o ex-líder se escondia. Ainda de acordo com esta fonte, houve confusão para proteger o ex-presidente deposto.
- A primeira frase que Gbagbo disse foi: 'Não me mate!' Puseram [em Gbagbo] um colete à prova de balas e [os comandantes da operação] formaram um escudo para protegê-lo, porque alguns dos nossos queriam acabar com ele imediatamente.
Mulher de Gbagbo foi agredida por manifestantes
De acordo com o militante pró-Outtara, o ex-presidente foi levado diretamente ao Golf Hotel, quartel-general das forças do novo presidente eleito da Costa do Marfim em Cocody, mesmo bairro onde se encontra a residência presidencial em que Gbagbo se escondia desde a semana passada.  Mesmo assim, a mulher do ex-líder teria sofrido agressões ao chegar ao hotel.
- Vi [a mulher de Gbagbo] Simone chegar ao hall, usava um vestido longo. Os membros da segurança tentavam protegê-la das pessoas que queriam agredi-la. Alguns conseguiram dar alguns golpes, puxar seus cabelos. Escutávamos as pessoas xingando, gritando 'bruxa, macaco, esquadrão da morte'.
O ex-homem forte do país e sua esposa foram levados para uma suíte e seus familiares para outros quartos, explicou a fonte.
A rede de televisão TCI, controlada por Ouattara, transmitia de forma ininterrupta nesta segunda-feira à noite as imagens de Laurent Gbagbo fora de combate em seu quarto, sentado na cama.
Manifestações pró-Gbagbo deixam 7 policiais feridos e 9 presos em Paris
Um protesto organizado nesta segunda-feira em Paris por simpatizantes do presidente marfinense Laurent Gbagbo terminou com sete policiais feridos e nove pessoas detidas, indicou uma fonte policial da capital francesa.
Insatisfeitos com a prisão do ex-presidente Gbagbo por tropas leais ao presidente reconhecido pela comunidade internacional Alassane Ouattara, cerca de 300 manifestantes se reuniram no início da noite na avenida Camps-Elysées, uma das mais movimentadas da capital, informou a polícia de Paris.
Segundo a polícia, os manifestantes tiveram “comportamentos particularmente hostis com as forças de segurança” e perturbaram a circulação de pessoas nas imediações da estação de metrô local.
Cinco policiais ficaram “levemente feridos” e dois outros, um atingido na cabeça por um tiro e outro ferido por uma facada na mão, tiveram que ser hospitalizados.
A polícia teve de intervir e houve conflitos. Nove pessoas foram detidas por “atos de violência, de rebelião e de desrespeito às forças de segurança”.
O presidente marfinense foi preso após um ataque feito contra a sua residência em Abidjã, pelas forças de seu rival Alassane Ouattara, graças ao apoio decisivo dos aviões e blindados das forças francesas e da ONU.
Partidários do ex-presidente Gbagbo chegaram a afirmar que forças especiais francesas tinham participado da prisão do chefe de Estado, o que foi desmentido por Paris, que assegurou que os soldados franceses tinham agido apenas em “apoio à operação”.
 Da Redação com R7

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