quinta-feira, 15 de novembro de 2012

As provas do assassinato de Eliza Samudio

Relator do mensalão nega pedido de Bola

Advogado do ex-policial queria ter acesso a provas do processo, o que poderia adiar julgamento. Joaquim Barbosa não aceitou



Rio -  Às vésperas do aguardado julgamento sobre o desaparecimento e morte da modelo Eliza Samudio, ex-amante e mãe do filho do goleiro Bruno de Souza, o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF) e também relator do mensalão, negou pedido da defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

O advogado do acusado de executar a jovem pedia o acesso a peças do processo do caso Bruno. O júri está marcado para segunda-feira, em Contagem, Minas Gerais.
Foto: André Mourão / Agência O Dia
Ministério Público de Minas defenderá tese de que ex-policial Bola (foto) foi contratado para executar Eliza  | Foto: André Mourão / Agência O Dia
A decisão sobre o pedido foi dada no fim da noite de ontem e publicada no site do STF.
Caso a defesa de Bola ganhasse o recurso, a Justiça de Minas Gerais, onde corre o processo, teria três dias úteis para liberar o material pedido pelo advogado do réu. Com isso, poderia haver atraso no julgamento.
“Quero cópia dos vídeos gravados durante depoimento do meu cliente, em novembro. A juíza Marixa Fabiane Lopes negou três vezes, alegando o direito à preservação de sua imagem, já que ela aparece no vídeo. Existe súmula no Supremo em que não se pode negar ao advogado o direito às provas”, afirmou o defensor de Bola, Fernando Costa Oliveira Magalhães, antes de saber da decisão.

Mas o ministro entendeu que a Justiça não impediu o acesso: “Apenas fixou regras para consultas, considerando a pluralidade de réus e peculiaridade do caso para resguardar imagens de testemunhas”, alegou, em texto.

No júri, o Ministério Público de Minas defenderá a tese de que o ex-policial Bola foi contratado para executar Eliza, em 2010. A defesa negará a participação dele e questionará se o crime ocorreu.

Quebra-cabeça montado para condenar os cinco réus

O quebra-cabeça da investigação sobre a morte de Eliza Samudio foi montado com base em depoimentos, fotos, laudos periciais e técnicos, além da análise das contas telefônicas dos envolvidos no crime e cruzamento de informações de GPS, dos carros, e registro de entrada e saída dos condomínios da casa e sítio do goleiro Bruno.

O material vai ser usado para sustentar a acusação do Ministério Público no julgamento. “Estou convicto da participação de todos no crime”, afirmou o promotor Henry Wagner Vasconcelos, referindo-se ao cinco réus do júri de segunda-feira.
Foto: Arte O Dia
Clique na imagem para ler a história em quadrinhos | Foto: Arte O Dia
Desde o início das investigações, os réus negaram participação no crime. Porém, a polícia comprovou contatos telefônicos entre Luiz Henrique Romão, o Macarrão, com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, inclusive no dia que Eliza foi morta.

No carro de Bruno, uma Range Rover usada para levar Eliza do Rio a Minas, foram encontrados óculos, sandálias e sangue da vítima. Até álbum de fotos e fraldas parcialmente queimados foram localizados perto do sítio de Bruno.

“No trajeto entre os estados, eles pararam em um hotel. A conta foi paga por Bruno, no cartão de débito”, relembrou Henry Wagner, referindo-se à nota no valor de R$ 431,90.

Citado no processo, um depoimento importante é o de Jorge Rosa, primo de Bruno, que detalhou como Eliza foi morta. Mensagens dela descrevendo ter medo do goleiro fazem parte do acervo da acusação.

Mário Luiz (Carioca) com O Dia

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