quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Parlamento alemão aprova ampliação de fundo de resgate europeu

A chanceler alemã, Angela Merkel, visita o Parlamento europeu pouco antes de votação de medida que amplia poderes de fundo de resgate europeu

Votação vinha sendo considerada teste para governo Merkel

O Parlamento da Alemanha aprovou nesta quinta-feira a concessão de novos poderes para o fundo de auxílio destinado aos países da zona do euro, conhecido como Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).
A aprovação se deu por 523 votos contra 85. Ao todo, oito parlamentares se abstiveram. A votação vinha sendo considerada um teste de popularidade da coalizão de centro-direita comandada pela chanceler alemã, Angela Merkel.
O fundo ampliado era tema de divergências dentro da própria coalizão de governo.
A ampliação do fundo de resgate era considerada necessária para auxiliar os países endividados do bloco europeu, como a Grécia, e impedir que os gregos e outras nações que enfrentem pesadas dívidas decretem moratória.
Com a aprovação pela Câmara Baixa do Parlamento, a medida segue agora para a Câmera Alta, onde a expectativa é de que ele seja ratificada na sexta-feira, em votação.
A ampliação do fundo, acordada em junho deste ano, foi aprovada também na quarta-feira pelo Parlamento da Finlândia - onde a medida enfrentava resistência. Com a ratficação pelos dois países, o fortalecimento do fundo já foi aprovado por 11 dos 17 Parlamentos dos países da zona do euro.
A fim de que o fundo fortalecido entre em vigor, ele precisa ser aprovado por parlamentares de todos os países do bloco. Com a aprovação pela Alemanha, a maior economia da região do euro, a expectativa é de que deputados das demais nações europeias sigam o mesmo caminho.
Fundo turbinado
Com os novos poderes, o FEEF passa a contar com maior capacidade de financiamento para auxiliar economias em crise na região. As mudanças deverão dar mais possibilidades de auxílio aos países que enfrentam dificuldades para saldar suas dívidas.
Entre as medidas propostas para ampliar o fundo está o de aumentar o valor dos pacotes de auxílio às economias endividadas, cujo teto passaria dos atuais 440 bilhões de euros para valores de até 2 trilhões de euros (respectivamente R$ 1,1 trilhão e R$ 4,9 trilhões).
O fundo ampliado permitiria ainda a compra de títulos de governo, a injeção de capital em bancos e a concessão de empréstimos a um país antes do agravamento da crise. Anteriormente, o fundo só podia socorrer economias que já se encontravam em crise.
Manifestantes na Grécia (AFP)
Medidas de austeridade vêm provocando protestos na Grécia

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, visitou a Alemanha nesta semana e procurou assegurar investidores de que seu país está fazendo todo o possível para sanar suas finanças, cortar a sua dívida e procurar retomar o crescimento.
A Alemanha está entre os principais credores da Grécia. As medidas de austeridade vêm despertando protestando entre a população grega. Está prevista para esta quinta-feira na Grécia uma greve envolvendo taxistas, servidores públicos e funcionários de hospitais.
O fortalecimento do fundo vinha sendo objeto de divergências entre os partidos que formam o governo alemão, já que muitos acreditavam que o auxílio às economias em crise tem sido demasiadamente oneroso para a Alemanha e que o país não deveria mais ajudar nações que não teriam primado pela austeridade econômica.
Na terça-feira, o próprio ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, havia condenado a proposta de turbinar o fundo, chamando-a de ''uma ideia tola''
Da Redação com BBC

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