segunda-feira, 31 de julho de 2017

Crianças são principais vítimas do tráfico de pessoas para exploração sexual, diz professora

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Na manhã desta segunda-feira (31), a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) discutiu o tráfico de humanos na Paraíba, em audiência pública, em alusão ao Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico e Enfrentamento de Pessoas, celebrado nesse domingo (30). O evento foi proposto pela vereadora Sandra Marrocos (PSB), secretariado por Marcos Henriques (PT) e teve a participação de Humberto Pontes (Avante).  A audiência fez parte da  campanha que a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh) está promovendo em combate ao tráfico de pessoas.  
  Crianças são as principais vítimas do tráfico de pessoas.

De acordo com a coordenadora do comitê estadual de enfrentamento ao tráfico e desaparecimento de pessoas, Vanessa Araújo, que também esteve presente na audiência pública, o objetivo do comitê é promover uma junção de entidades no sentido de combater, prevenir o tráfico de pessoas além de dar assistência a pessoas vítimas deste crime.

"O comitê é composto por várias órgãos governamentais  e entidades não governamentais da sociedade e ele tem várias competências, dentre as quais estão, propor diretrizes para a política estadual de enfrentamento ao tráfico, também o plano estadual de enfrentamento ao tráfico de pessoas, inter-relações com órgãos e entidades não governamentais nacionais e internacionais, banco de dados sobre tráfico e desaparecimento de pessoas, grupos de estudos e mais outras ações. Nós trabalhamos no eixo prevenção, repressão e assistência as vítimas no caso do tráfico de pessoa", explicou.

Segundo a professora Ana Patrícia Gama, que tem vários estudos sobre o tema tráfico de pessoas no estado da Paraíba, as crianças são as principais vítimas do tráfico de pessoas, tendo em vista que são "usadas" para fins de exploração sexual.

"Aqui no estado, pelo diagnóstico que nós temos, que ele precisa realmente ser atualizado, apesar das finalidades que traz o artigo 149A do código penal, que é para exploração sexual, servidão, adoção de órgão e retirada de tecido, transplante de órgãos, nós temos de forma majoritária o tráfico de crianças e adolescentes para fins de exploração sexual. Indícios também de trabalho escravo e para adoção ilegal que também são indícios. A gente sabe que esses dados estão camuflados. Na realidade eles são bem maiores do que se apresentam", afirmou.

Ofertas de emprego podem ser 'cilada'


Para a representante do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico e Desaparecimento de Pessoas (CETDP-PB), vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano (Sedh), Michele Agnoleti, é necessário, ao ser abordado por uma proposta de emprego fora de sua cidade ou país, checar criteriosamente as informações relativas ao trabalho oferecido.

“As pessoas devem planejar esse deslocamento para que não sejam vitimadas, precisam checar todas as condições de trabalho que as esperam. O tráfico de pessoas não se limita apenas à exploração sexual, mas a situações em que há casamento forçado, servidão por dívidas, escravidão, adoção ilegal de crianças e adolescentes e remoção de órgãos”, exemplificou Michele, que solicitou mais fiscalizações, que haja a discussão dos direitos humanos e dos assuntos relacionados aos gêneros nas escolas, além de mais políticas de enfrentamento em diversos níveis da sociedade.

Da Redação com Correio da Paraíba

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