sexta-feira, 23 de julho de 2010

Dono do Rei do Bacalhau é transferido para Polinter e diz ser inocente

Ele foi preso na quarta-feira (21) .
Suposto cúmplice também está preso.

O atual dono do restaurante Rei do Bacalhau na Ilha do Governador, no Rio, Antônio Fernando da Silva, filho adotivo do fundador da rede, foi transferido para a Polinter na tarde de quinta-feira (22). Ele é acusado de ser o mandante de sete assassinatos, entre eles do pai. Na quinta, Antônio alegou inocência.

“Inocência. Completa inocência”, disse ele, após deixar a carceragem da delegacia na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Fernando estava acompanhado de Márcio Pereira dos Santos, homem apontado como cúmplice em um dos crimes.

Sequência de crimes
Antônio é o principal suspeito de ter mandado matar o pai adotivo, Plácido da Silva Nunes, de 75 anos. O fundador da rede de restaurantes Rei do Bacalhau foi encontrado morto por estrangulamento dentro de casa, em 2007.
No começo de 2010, o gerente do restaurante foi morto numa suposta tentativa de assalto. Ao investigar o caso, a polícia descobriu que a morte do empresário e a do gerente teriam sido encomendadas pela mesma pessoa. Na trama dos crimes, aparece uma sequência de assassinatos.
De acordo com as investigações, Antônio pagou a um homem para matar o pai. Chantageado pelo criminoso, ele teria contratado outro para matar o primeiro. Para a polícia, Antônio encomendou a morte de mais duas pessoas: o advogado dele e de um pai de santo, que sabiam os detalhes dos crimes. Meses depois, um policial que investigava o crime foi morto. E Antônio teria mandado matar um garçom.

Advogado quer escutas

Antônio afirmou à polícia que só irá prestar depoimento em juízo. O advogado dele, Saulo Ramos, contou que Antônio afirma ser inocente.
"Ele diz que é inocente, eu vou ter que aguardar. Só vou me manifestar, e ele também, após tomar conhecimento de todo o conteúdo das provas", disse o advogado, que quer ter acesso às escutas telefônicas feitas pela polícia.
"Eu vou reverter essa prisão", afirmou Ramos. Ele esteve na delegacia na tarde de quinta e chamou a prisão de absurda.
“Essa prisão temporária é um absurdo e injustificável. Prisão temporária é o mesmo que ‘eu não tenho prova de nada e prendi para apurar’”, contestou o advogado de Antônio, que chegou à delegacia com uma quentinha de comida para seu cliente.
O delegado Rafael Willis, da 16ª DP (Barra da Tijuca) afirmou que a polícia só vai ceder as escutas telefônicas se houver um pedido do juiz. “O advogado orientou a ele (Antônio) somente falar em juízo ou quando tiver acesso à parte sigilosa desse inquérito, que seriam as escutas telefônicas”.
De acordo com o delegado, o cúmplice de Antônio prestou depoimento formalmente na quarta-feira (21). Apesar de ter confessado o assassinato, ele não forneceu informações sobre o mandante do crime.
Sete homicídios
Antônio Fernando da Silva foi preso no início da manhã de quarta-feira em sua casa, também na Ilha do Governador.
Com relação a Antônio, Willis afirmou que, a todo momento, ele se mostra surpreso. “A morte do pai dele foi em 2007 e até o momento ele não tinha sido preso, e se mostrava tranquilo quanto a isso, mas com esses novos fatos, ele se mostrou extremamente surpreso. Ele finge que não sabe”, disse o delegado.
A polícia, agora, quer ouvir novas testemunhas.

Da Redação  Com G1

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