terça-feira, 13 de abril de 2010

Polícia liberta criança mantida trancada no escuro por três anos pela mãe

Menina tem 5 anos e não frequenta escola, diz delegada.
Janelas e portas da casa estavam vedadas para impedir a entrada de luz.


Menina ficou três anos sem ter contato com outras crianças (Foto: Reprodução/TV Morena)

A Polícia Civil libertou uma criança de 5 anos que foi mantida trancada no escuro durante três anos, em Campo Grande. Ela vivia com a mãe, de 45 anos, que apresenta quadro de insanidade mental. O caso foi descoberto, na quinta-feira (8), após vizinhos denunciarem o caso a um frei. Ele levou a história aos policiais da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Durante o período, a menina não frequentou escola e nem teve contato com outras crianças e adultos da região. O imóvel, de quatro cômodos,  não tinha energia elétrica e a iluminação era feita por apenas uma vela.

"A mãe saía apenas uma vez por mês para sacar dinheiro no banco e fazer compras. A criança não era vista pelos vizinhos e não seguia com a mãe para o Centro da cidade. Ela não é investigada, pois não tem condições de ser responsabilizada pelo que acontecia na casa dela", disse a delegada Regina Marques Mota, responsável pelo inquérito que apura abandono material e omissão de socorro.

A pena para casos de abandono material varia de 1 a 4 anos de detenção e multa. Para as situações de omissão de socorro, a pena varia de 1 a 6 meses de detenção e multa. "Nos dois casos de condenação, as penas podem ser revertidas em trabalho social", disse a delegada.

Ainda segundo Regina, os investigados no caso são os familiares da mãe e o pai da criança. "Precisamos saber se eles tinham conhecimento da situação a que as duas estavam submetidas. Não posso considerar o caso como cárcere privado, pois a mãe mantinha a filha trancada e também se colocava dentro da reclusão doméstica. Ela também é vítima de sua insanidade mental."

A criança foi levada por conselheiros tutelares da cidade para um abrigo, onde está em fase de adaptação para conviver com outras crianças. A mãe está internada em uma casa de atendimento psiquiátrico em Campo Grande.

A delegada informou ainda que já ouviu a avó da criança e pretende ouvir o pai da menina ainda nesta semana.

Reportagem: Mário luiz ( carioca )
Fotos : Central Conde de Jornalismo
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