quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

FIM DO SILÊNCIO: Haroldo Lucena revela erros, aponta divisão e diz que o PMDB já acabou na Paraíba

FIM DO SILÊNCIO: Haroldo Lucena revela erros, aponta divisão e diz que o PMDB já acabou na Paraíba
 O engenheiro Haroldo Lucena, que presidiu por sete anos o diretório regional do PMDB e foi vice-prefeito de João Pessoa numa das gestões de Cícero Lucena, revela-se pessimista em relação ao futuro da agremiação na Paraíba. Afirma, textualmente, que "o PMDB acabou" e aponta como uma das causas do enfraquecimento da legenda a divisão interna, além da hegemonia, no comando, do grupo liderado pelo ex-governador José Maranhão, que pretende voltar à presidência da legenda, sucedendo ao contabilista Antônio de Souza. "Não pode haver esperança em relação ao fortalecimento de um partido que não se renova, que não procura levar em conta as lideranças emergentes. Nenhum partido pode ser dominado indefinidamente por quem quer que seja. Infelizmente, isto tem se repetido no PMDB paraibano, provocando desmotivação dos filiados", expressou ele, identificando uma crise de acomodação interna que poderá ser fatal para o projeto de retomar o governo do Estado nas eleições de 2014.

  Haroldo, que é irmão do falecido senador Humberto Lucena, um dos "condestáveis" do PMDB e presidente do Senado por duas vezes, disputando a indicação no voto, não tem convicção de que o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital, que está concluindo o mandato, seja o melhor nome para concorrer ao governo, como está consensuado até agora entre lideranças partidárias. Lembra que Veneziano saiu derrotado nas eleições para a sua sucessão, quando a candidata por ele indicada, a médica Tatiana Medeiros, mesmo indo para o segundo turno, foi vencida pelo deputado federal Romero Rodrigues, do PSDB, apoiado pelo esquema do senador Cássio Cunha Lima.

 "Talvez o ex-senador Wilson Santiago fosse o nome com melhores condições para levar o PMDB à vitória ao governo. Mas o partido não aprofunda a discussão sobre as alternativas, e tenta subestimar o governador Ricardo Coutinho (PSB), que tem a vantagem de possuir a máquina nas mãos", acrescentou. Haroldo Lucena desabafou que se considera praticamente órfão de partido, e não acredita que o ex-governador Maranhão venha a ocupar o último mandato na sua carreira política se for conduzido à presidência. Da mesma forma, salientou que a conquista da unidade é extremamente difícil, o que o leva a considerar que o PMDB vive um momento negativo no cenário partidário paraibano.

 Haroldo Lucena referiu-se a uma série de erros cometidos nos últimos anos, citando como exemplo a suposta manobra do ex-governador José Maranhão para "queimar" a candidatura do senador Ney Suassuna, em 2006. "Isto foi um tremendo erro de cálculo, como se viu, pois acabaram sendo derrotados Ney Suassuna e o próprio Maranhão. Depois, Maranhão ganhou no tapetão, já no final do mandato de Cássio Cunha Lima. Mas a verdade é que ele não foi vitorioso nas urnas na disputa eleitoral travada em 2006", alfinetou.

 O ex-dirigente peemedebista salientou que não tem interesse em ocupar posições dentro do partido. "Sofri muitas injustiças, me acusaram de ter feito uma administração desastrada, mas nunca identificaram qualquer irregularidade que eu tenha praticado. O que fiz foi trabalhar pela organização do partido e pela unificação das suas correntes. Estou no PMDB por mera formalidade, mas o partido não me empolga como antes". Haroldo, no final da entrevista, fez uma confissão: na disputa pela prefeitura de João Pessoa este ano, não votou em José Maranhão, que acabou ficando em quarto lugar. Sufragou o nome do senador Cícero Lucena. "Considero-me um livre-atirador, descrente quanto à sorte do PMDB", emendou. Ele revelou, ainda, ter sido convidado por Enivaldo Ribeiro para ingressar no Partido Progressista, mas agradeceu o convite. "Não sei porque ainda permaneço no PMDB, mas uma coisa é certa: não tenho ambição em relação a nada. Estou assistindo aos fatos de camarote, embora tristonho com a situação a que chegou uma legenda influente na Paraíba", arrematou.

Mário Luiz (Carioca) com PB Agora

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