Com o objetivo de oferecer oportunidade de capacitação 
profissional e ocupação remunerada aos detentos ou egressos do sistema 
penitenciário, o Governo do Estado, por meio de parcerias com a 
iniciativa privada, vai implantar um conjunto de ações voltadas para a 
educação, a oferta de trabalho, a promoção da saúde e o acesso à 
cultura. É o “Cidadania é Liberdade”, programa de ressocialização que 
será lançado pelo governador Ricardo Coutinho às 16h desta segunda-feira
 (29), em solenidade realizada no Palácio da Redenção, em João Pessoa.
Na ocasião, Ricardo também assinará decreto regulamentando a Lei 
9.430/2011, que obriga as empresas vencedoras de licitação para obras do
 Governo Estadual a destinar 5% de vagas de emprego para trabalhadores 
sentenciados. Haverá ainda a institucionalização do “Selo da 
Ressocialização” – certificação destinada aos parceiros da administração
 estadual na área da reintegração de apenados.
Pautado em valores éticos e democráticos, o programa cumpre com as 
responsabilidades do Estado em relação aos que romperam com as regras da
 convivência social, oportunizando espaços de socialização e políticas 
públicas inclusivas que os preparampara o retorno ao convívio social.
Para o secretário estadual de Administração Penitenciária, Harrison 
Targino Harrison, é preciso acreditar na ressocialização. “Além do ganho
 social, ela pode representar a redução dos índices de reincidência 
criminal, e essa é a meta do Governo da Paraíba. Um dos maiores desafios
 é vencer o preconceito e proporcionar a inclusão social de detentos, e 
as parcerias de empresas e instituições neste programa são um grande 
passo”, avalia. Segundo ele, ser socialmente responsável transmite 
solidariedade e humaniza o sistema penitenciário.
Convênios – Serão firmados convênios que levarão o sistema prisional 
do Estado a um novo patamar de ressocialização. Com a Federação das 
Indústrias da Paraíba (Fiep), a parceria vai beneficiar 5% da população 
prisional do Estado, oferecendo cursos de qualificação profissional, 
como operador de microcomputador, instalador hidrosanitário, instalador 
elétrico residencial, confeccionador de bolas de couro, confeiteiro 
(pizza) e impressor serigráfico.
Um convênio com a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do 
Estado da Paraíba (Fecomércio) também oferecerá cursos de qualificação 
no preparo de doces e salgados, corte de cabelo, técnicas básicas de 
manicure e pedicure, preparo de pizzas e, na área cultural, oficinas de 
violão, dança, artes plásticas e teatro. Detentos e seus familiares 
terão acesso a esses cursos.
Convênio com a Fundação Cidade Viva vai permitir a realização de 
cursos de formação de chefe de cozinha, apoio à defensoria jurídica, 
serviço odontológico e atendimento básico em saúde para a população 
prisional. O piloto desse convênio será na Penitenciária Júlia Maranhão,
 o Presídio Feminino de João Pessoa.
Com a Fundação Passos à Liberdade, o convênio prevê a implantação de 
duas fábricas (confecção de bolsas e confecção de vassouras com garrafa 
pet) dentro da unidade prisional de Guarabira.
Concurso – Com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), será 
assinado um termo de cooperação para a realização de um concurso de 
contos e poesias em presídios de Campina Grande. Ao final do concurso, a
 editora da UEPB lançará um livro reunindo essa produção literária dos 
detentos.
Para Ivanilda Gentle, gerente de Ressocialização da Secretaria de 
Administração Penitenciária (Seap), o ponto alto do projeto é acreditar 
numa segunda chance. “Entendemos que a ressocialização do preso, seja 
por meio do trabalho, da educação ou da cultura, é, acima de tudo, 
acreditar que estamos indo além de cuidar bem do apenado, estamos também
 preocupados com a o seu retorno ao convívio social. Para isso ocorrer 
de fato é necessário o envolvimento de toda sociedade”, avalia.
Segundo ela, a ressocialização só é possível quando é dada ao apenado
 a oportunidade de estudar e trabalhar. “O encarceramento, por si só, 
não contribui para a humanização, não permite ao violador das regras de 
convivência social refletir e rever suas atitudes”, conclui Ivanilda 
Gentle.
Da Redação com Secom-PB