sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Combate ao crack vira alvo

Internação compulsória e armas não-letais são criticadas em conferência na Colômbia

Colômbia -  Autoridades nacionais e internacionais em saúde criticaram ontem os métodos que estado e município do Rio propõem para tratar usuários de drogas, especialmente o crack.

Na 4ª Conferência Latino-americana sobre Políticas de Drogas, na Colômbia, condenaram a internação compulsória defendida pelo prefeito Eduardo Paes e a compra, pela Secretaria Estadual de Segurança, de armas de choque elétrico e sprays de pimenta, que serão usadas nas abordagens a cracudos.

Nesta quinta-feira, O DIA flagrou usuários de crack consumindo a droga ao ar livre em três pontos da Ilha do Governador. Para combater o problema que se espalha pela cidade, o novo secretário de Assistência Social do estado, Zaqueu Teixeira, disse que dará continuidade aos programas, sem detalhar as ações.

Como o DIA anunciou em abril, as armas não-letais serão compradas com recursos do programa "Crack, é possível Vencer", do Ministério da Justiça.
Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Cracolândia flagrada ontem pelo DIA na entrada da Ilha do Governador | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
“Estão inteiramente equivocados. Internação involuntária é ineficaz, provam estudos no mundo inteiro, e empregar qualquer arma contra consumidores de drogas é um sacrilégio. O problema é de saúde. Jogarão dinheiro fora”, advertiu Hugo Cohen, assessor sub-regional de Saúde Mental da Organização Pan-americana de Saúde.

Ex-secretário nacional de Justiça, Pedro Abramovay concorda: “Todos que decidiram usar repressão e força fracassaram. Ocorreu em São Paulo. Ninguém deixa o crack sem tratamento de saúde e suporte aos familiares”.

Secretário elogia ações de repressão

Empossado nesta quinta-feira, o secretário estadual de Assistência Social, Zaqueu Teixeira, afirmou que dará continuidade a todos os projetos da pasta. “Os programas foram bem executados e faço questão de continuar com este trabalho”.

Sobre o programa de enfrentamento ao crack com verba federal, alegou que o papel do estado é só coordenar. Por isso, em janeiro, fará seminário com outras secretarias e Ministério Público para traçar as ações. “Preciso compreender o papel do estado na luta contra o crack”, disse.

Mário Luiz (Carioca) com O Dia

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