segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pediatra vai para a mesma cadeia de procuradora acusada de tortura no Rio

Médica presa após morte de criança passa a primeira noite em Bangu 7

Fábio Gonçalves / Agência EstadoFábio Gonçalves / Agência Estado

Pediatra é suspeita de contratar falso médico que atendeu menina de cinco anos. Ao ser presa, ela chorou e disse que acredita na Justiça.
O delegado titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, Luis Henrique Marques Pereira, informou no início da tarde deste domingo (15) que a médica Sarita Fernandes Pereira, presa na manhã de sábado (14) suspeita de envolvimento na morte de uma menina de cinco anos, passou a noite no presídio Nelson Hungria, mais conhecido como Bangu 7, no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro.
 Na mesma unidade está presa desde o ínício de junho a procuradora aposentada Vera Lucia Sant'Anna, acusada de torturar uma menina de três anos da qual tinha a guarda provisória. - Ela ficará presa temporariamente lá até que a gente conclua as investigações. A defesa deve entrar com pedido de liberdade esta semana, mas acho que não vão conseguir.
A pediatra com mais de 20 anos de profissão foi presa em casa, na zona oeste do Rio, na manhã de sábado. Na delegacia ela chorou e se defendeu.
Assista ao vídeo:
 - Eu acredito na Justiça. Eu acredito na minha advogada e eu sei que isso tudo vai acabar bem.
Sarita era chefe da pediatria do hospital RioMar, na Barra da Tijuca, zona oeste. Ela é suspeita de contratar um estudante do quinto período de medicina como médico. Ele usou o registro de um profissional com o qual já havia trabalhado. O rapaz está sendo procurado pela polícia e é considerado foragido. A defesa disse que ele vai se apresentar assim que analisar o processo.
O estudante contou durante depoimento na semana passada que atendeu, medicou irregularmente e deu alta à Joanna Cardoso Marcenal Marins, de cinco anos de idade. A menina morreu na tarde de sexta-feira (13), após 26 dias em coma. Ao ser internada, apresentava convulsões, hematomas nas pernas e grandes queimaduras nas nádegas e tórax.
A médica e o estudante foram indiciados por falsidade ideológia, falsidade material, tráfico de drogas (uso de medicamentos controlados), associação para o tráfico e exercício ilegal da profissão com agravo do fato da criança ter morrido. O inquérito deve ser entregue à Justiça nos próximos dias.


Demitida e processada
A assessoria de imprensa do hospital RioMar informou através de nota que a direção demitiu a médica e estuda a possibilidade de entrar com um processo cível e um outro criminal contra ela.
Ela trabalhava há cinco anos na unidade. Há dois anos ela assumiu a coordenação do setor de pediatria do hospital. Entre as atribuições, era ela a responsável pela contratação de novos médicos.
O falso médico trabalhava no hospital de madrugada e nos fins de semana. Ele tinha sido contratado há menos de seis meses.
Disputa entre os pais
A mãe de Joanna acusa o ex-namorado e pai da menina de maus-tratos. Os dois disputavam a guarda da filha há dois anos e ela estava sob os cuidados do pai. Ele nega qualquer tipo de agressão e diz que a filha se machucou sozinha por causa de problemas neurológicos. A polícia investiga os ferimentos e principalmente a origem das queimaduras.
O enterro será neste domingo (15), às 16h, no cemitério Jardim da Saudade, em Edson Passos, Mesquita, na Baixada Fluminense.


Da Redação Com R7

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