Brasil se inspira no futebol inglês para, em estádios sem grades, evitar violência e invasões de campo
Imagem do novo Maracanã: sem fosso e com cadeiras coladas ao gramado Foto: Terceiro / Agência O Globo
No bilionário Maracanã reformado para a Copa do Mundo, ficou fácil
para que o Ladrilheiro — herói às avessas do Carioca de 1981 — invadisse
outra vez o gramado. O antiquado fosso do Maraca sumiu. Agora, só um
pequeno muro de vidro separa a arquibancada do campo. No modelo de
arenas da Fifa, por razões comerciais e de segurança, o fã fica a poucos
metros do craque, como já ocorre em palcos como o Camp Nou, do
Barcelona, e o Old Trafford, do Manchester United. Mas a invasão
continua sendo um pecado inaceitável e que, com sucesso, é coibida em
outros países.
A Inglaterra, por exemplo. Em 20 anos, o país dos
violentos hooligans se converteu em dono da liga mais rica do planeta,
que esbanja sofisticação com estádios de primeira linha. É raro, em
jogos do Inglês, que um fã entre no campo, mesmo desimpedido. Até porque
essa ousadia custa caro — para o público e para o clube. E há a certeza
de punição severa.
— Nos estádios ingleses, há muitos fiscais à
beira do campo, e as câmeras de vigilância monitoram a postura de cada
pessoa. Criou-se um pacto informal entre a equipe e os torcedores —
avalia o especialista em futebol John Williams, da Universidade de
Leicester, na Inglaterra.
Simon Chadwick, professor de marketing
esportivo, pontua outra questão em um aspecto financeiro: hoje, o Inglês
detêm os ingressos mais caros do mundo, com um aumento de 1.000% em
duas décadas (a inflação no país, no período, foi de 70%). Entrar em um
estádio virou um programa de elite.
— Não são mais os jovens das
classes trabalhadoras que vão aos jogos, mas sim pessoas de classes
sociais mais elevadas, turistas. Os ingressos ficaram muito mais caros.
Houve a preocupação em atrair pessoas diferentes, para aumentar a renda.
Tanto que, hoje, na Inglaterra a média de idade do torcedor é 44 anos.
Não é exatamente o perfil de um hooligan.
Foto de tragédia no estádio de Heysel, na Bélgica, em 1985 Foto: Nick Didlick
Diferenças entre a punição e a vista grossa
Na
Inglaterra, o futebol é sujeito a uma série de rígidas normas, e as
punições são pesadas: um invasor de campo é condenado a pagar multa de
R$ 3 mil e corre o risco de acabar banido para sempre. Se houver
agressão, o bolso sofre ainda mais, com uma multa de até R$ 15 mil, e o
sujeito, além da expulsão definitiva dos jogos, ainda passa um bom
período preso.
A federação inglesa (FA) conta com um completo
banco de dados de fãs que cometem crimes e, em parceria com a polícia,
faz com que os culpados acertem as contas com a Justiça. Se um inglês
deixa de comparecer a uma delegacia, perde o privilégio de responder em
liberdade.
— O Brasil precisará fazer uma mudança de cultura,
reeducar o torcedor, como houve na Inglaterra — opina o advogado Marcos
Motta.
No Brasil, ainda reina uma desorganizada fiscalização. A
Polícia Militar do Rio não possui a relação completa de banidos dos
estádios, e a CBF desobedece o Estatuto do Torcedor porque não mantêm um
cadastro unificado de brigões. A FA, na última temporada, baniu 2.750
pessoas de várias divisões. O Brasil? Nem a Justiça sabe.
Pessoas esmagadas pela grade em Hillsborough, na Inglaterra, em tragédia de 1989 Foto: Agência O Globo
O histórico trágico dos ingleses
O
marco de modernização do futebol inglês aconteceu por causa de duas
enormes tragédias em um espaço de quatro anos, nos anos 80. A primeira
foi em 1985, no estádio de Heysel, em Bruxelas, na Bélgica: na ocasião, o
Liverpool — considerado o melhor clube da Europa — enfrentou a Juventus
na final da então Copa Europeia, hoje Liga dos Campeões.
Um
grupo de fãs ingleses invadiu uma área em que havia muitos torcedores da
Juventus, e 39 acabaram esmagados (e mortos) contra os muros e grades
de proteção. Mais de 600 pessoas ficaram feridas, e os clubes ingleses
foram banidos de competições europeias por cinco anos. O Liverpool,
derrotado pela Juventus, foi suspenso por seis.
A segunda
novamente envolveu o Liverpool, em 1989. No estádio de Hillsborough, em
Sheffield, 96 torcedores dos Reds morreram pisoteados por uma confusão
nas arquibancadas, e houve denúncia de problemas no policiamento, no
atendimento de emergência e na estrutura do estádio. A recém-falecida (e
controversa) Margaret Thatcher ocupava, na época, o cargo de
primeiro-ministro britânico e no fim do mandato criou leis mais pesadas
para punir atos de violência no futebol.
Nas reformas dos
estádios ingleses, as grades e muros foram removidos por razões de
segurança, para evitar futuros desastres, e lugares em pé (como a Geral
do Maracanã) desapareceram. Símbolo maior da reforma esportiva na
Inglaterra, a bilionária Premier League, atual formato do Campeonato
Inglês, foi criada em 1992.
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