sábado, 3 de maio de 2014

Sandra diz que Lucas foi “preconceituoso” e “imprudente” com as prostitutas

Ex-vereadora lamentou posicionamento do vereador oposicionista na CMJP.

A ex-vereadora de João Pessoa e atual presidente da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida” (Fundac), Sandra Marrocos (PSB), não gostou das declarações do líder da oposição na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), o vereador Lucas de Brito Pereira (Democratas), sobre o projeto “Puta Cultura”.
Segundo Sandra Marrocos, que teve a defesa das profissionais do sexo como uma das bandeiras do seu último mandato, Lucas de Brito foi “preconceituoso” e “imprudente” ao criticar um dos segmentos profissionais mais antigos da história da humanidade. Sandra disse ainda que neste aspecto, a política da Prefeitura de João Pessoa está correta em incluir as profissionais do sexo em seus projetos.
“Foi uma declaração muito preconceituosa e imprudente sim, principalmente, porque ele exclui uma atividade profissional, que já é por si só descriminada pela sociedade”, disse Marrocos, que cobrou uma retratação do parlamentar na CMJP. “Esse rapaz precisa se retratar, mas qualquer atitude que ele faça, não esconderá o preconceito da sua atitude”, complementou.
Por fim, Sandra Marrocos ainda criticou a forma de fazer oposição adotada por Lucas de Brito e aproveitou para mandar um recado ao vereador democrata. “Se ele quiser criticar a cultura, enquanto vereador oposicionista, que fale da política adotada no meio cultural em João Pessoa, que sofre um retrocesso, prejudicando os pequenos artistas e produtores. Ele deveria fazer uma oposição criteriosa e sugestiva e não escolher um segmento tão excluído da sociedade como alvo”, concluiu.
Cartaxo também lamenta as declarações
Sandra Marrocos não foi a única a se indignar com as palavras de Lucas de Brito. O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), também considerou o pronunciamento do oposicionista como preconceituoso. Segundo o gestor, existe um projeto de ponto de cultura, com edital e processo de seleção, que beneficiou diversas instituições e associações, dentre as quais a Associação de Prostitutas da Paraíba (Apros) e o Instituto dos Cegos.
“Qualquer associação teve o direito de apresentar uma proposta, que foi apreciada e selecionada por uma comissão. O edital foi do Governo Federal e selecionou entidades. Às vezes, as pessoas não têm informação e o preconceito fala mais alto. Eu lamento que um rapaz tão novo, tão jovem, advogado, e seja tão preconceituoso. É uma tristeza ver algo assim”, disse Cartaxo.
Entenda a polêmica
Em pronunciamento na sessão ordinária da última quarta-feira (30), na CMJP, o vereador criticou os investimentos da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), na Associação de Prostitutas da Paraíba (Apros), no valor de R$ 180 mil.
“Existem pessoas escravas da prostituição. Em vez de nos depararmos com uma política pública para devolver a dignidade dessas pessoas e incentivá-las a saírem da prostituição, deparamo-nos com o contrário, com o desenvolvimento do programa Puta Cultura, que vai destinar R$ 180 mil para a Associação de Prostitutas. Precisamos saber o que vai ser feito com esses recursos”, declarou Lucas, na ocasião.
O parlamentar se mostrou preocupado com a possibilidade de que o investimento para a Associação promova a manutenção da prática da prostituição.

Mário Luiz (Carioca) com WS Com

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