quarta-feira, 31 de julho de 2013

Juiz preso inicia greve de fome e acusa desembargador Joás de perseguição

José Edvaldo está preso no Centro de Ensino da Polícia Militar

O juiz José Edvaldo Albuquerque de Lima, preso na operação “Astringere”, irá realizar greve de fome por conta da decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), que nesta quarta-feira (31), manteve a sua prisão. A informação foi confirmada a reportagem do Portal WSCOM pelo advogado do juiz, Aécio Farias Filho. José Edvaldo está preso no Centro de Ensino da Polícia Militar.
O relator do processo foi o desembargador Joás de Brito Perreira Filho. Além do juiz José Edvaldo, foram mantidas as prisões dos advogados Cícero de Lima e Sousa e Edílson Araújo de Carvalho.
Segundo o advogado, o juiz Edvaldo credita a manutenção da prisão a perseguição por parte do desembargador Joás, a quem admite ter feito acusações pessoais durante seus depoimentos. Inclusive, o advogado destaca que as acusações feitas por José Edvaldo a Joás ocorreram também antes da prisão, pois quando a Policia Federal colocou escutas no gabinete do juiz registrou falas de Edvaldo fazendo “graves acusações ao desembargador”.
Aecio Farias disse também que José Edvaldo não entende porque continua preso e o juiz de Picuí, acusado de envolvimento na suposta máfia dos empréstimos consignados, não teve nenhuma punição. O advogado ressaltou que causa estranheza o fato do desembargador Joás ter soltado três advogados na semana passada, um deles defendido pelo sobrinho do desembargador, o advogado Augusto Brito, alegando que eles não ameaçam testemunhas e José Edvaldo, que também não intimida testemunhas, continuar preso.
O Portal WSCOM tentou ouvir o desembargador Joás de Brito para ouvir sua versão sobre as acusações do juiz José Edvaldo, mas sua assessoria disse que ele estava participando de uma sessão do TJPP e não poderia atender a reportagem.
Mais cedo, a assessoria de imprensa do TJPB enviou nota dizendo que ao manter a prisão dos acusados, o desembargador Joás de Brito destacou, no mérito, a existência “da fábrica de astreintes, sob administração do juiz José Edvaldo, em sociedade com advogados”, além de empregar outros, com domínio funcional. O voto têm 168 páginas.
O desembargador Joás de Brito ressaltou, ainda no voto, que há todo um histórico de pessoas prejudicadas e/ou ameaçadas, a partir de ações ajuizadas de maneira estranha, todas canalizadas justamente para a unidade judiciária cuja titularidade era do denunciado José Edvaldo, sempre com autores residentes em outras partes da Grande João Pessoa, porém, com endereços declinados na área jurisdicional de Mangabeira, com evidências de que eram falsos.
Os investigados foram presos, no dia 18 de abril do corrente ano, por supostamente integrarem organização criminosa voltada para a fabricação ilegítima de astreintes, mediante fraudes e apropriação de recursos decorrentes delas.
Astreinte – Astreinte, do latim astringere, significa compelir, pressionar. É a multa diária imposta por condenação judicial.

Mário Luiz (Carioca) com WSCom

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...